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AG News - Kawaii metal e as insanas misturas japonesas



                                           Kawaii metal e as insanas misturas japonesas


Babymetal
Que os japoneses são grandes fãs de heavy metal, todo mundo sabe. Desde a explosão do estilo no início dos anos 1980, inúmeras bandas - do hard rock ao death metal - passaram a tocar com regularidade no país e boa parte delas tem algum registro ao vivo por lá lançado oficialmente.

De maneira geral, o público japonês ficou conhecido não apenas por seu fanatismo, mas também por saber apreciar os detalhes, o virtuosismo, a técnica, a complexidade e até o visual das bandas. O mercado é tão importante que, na era dourada da indústria fonográfica, praticamente todo disco lançado por lá trazia pelo menos uma faixa bônus.

Mas o Japão é complexo e paradoxal. Tradições milenares dividem espaço com as tecnologias mais modernas. Enquanto o mundo ainda os enxerga como cidadãos tímidos, discretos e estudiosos, cada vez mais jovens se mostram extravagantes, ousados e rebeldes.

Um elemento, porém, parece permear toda a cultura japonesa. Trata-se do fenômeno conhecido como kawaii, que faz com que tudo (acredite!) tenha uma aparência infantil, um toque fofo, uma carinha feliz, cores chamativas, um bichinho meigo. Obviamente não se pode generalizar, mas é difícil comprar algum produto, seja para crianças ou adultos, sem nenhuma arte minimalista e irresistível que nos remeta ao kawaii - até a pornografia e o fetichismo flerta fortemente com as colegiais uniformizadas e coisas nessa linha.

E é claro, uma vez que o heavy metal tem grande força por lá, a música feita localmente acaba sendo “contaminada”. É só dar uma rápida olhada nos artistas de maior relevância na cena pop e na cena rock do país, chamadas de J-Pop e J-Rock, para ter uma boa ideia disso.

O visual kei é o estilo mais impressionante no equilíbrio entre música pesada (com músicos realmente talentosos e boas canções) e um visual incrível e extremamente bem cuidado, que faria tanto as bandas de hair metal de Los Angeles, quanto os fashionistas de plantão ficarem de boca aberta.

No Japão, porém, o metal e o rock se encontram com o kawaii de forma tão bizarra quanto natural em bandas pré-fabricadas por produtores - e que acabam fazendo bastante sucesso. Uma das maiores, mais puxadas para o pop, é a AKB48, formada por dezenas de adolescentes (a última contagem deu 89, divididas em quatro “times”!) que fazem coreografias e cantam em um ritmo frenético.

A ponte perfeita entre esses dois mundos é Marty Friedman, guitarrista conhecido por sua passagem no Megadeth e que há muitos anos mora no Japão. Ele chegou a gravar com o AKB48 a inacreditável “Death Panda” e fez uma versão instrumental de “Ai Takatta”, das meninas, em seu álbum solo “Tokyo Jukebox 2”, de 2011. Friedman é especialista no assunto e até explicou seu encantamento por essa mistura maluca encontrada no país no documentário canadense “Global Metal”, de 2008.

Como a criatividade humana não tem limites, cada vez mais se consolida como um gênero musical no Japão o kawaii metal. Um dos maiores representantes do negócio é o Babymetal, um trio de garotas (Su-Metal, MoaMetal e YuiMetal) que canta linhas fofas, agudas e que faz dancinhas enquanto o metal rola ao fundo - muito bem executado por músicos mascarados.

Os títulos das faixas variam entre coisas como “Gimme Choco!!” e “Headbangeeeeerrrrr!!!!!”, e vem chamando a atenção até mesmo fora do Japão - mais pela curiosidade e pelo espanto generalizado. Para quem não levar a sério, pode ser bem divertido!

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